quinta-feira, 12 de maio de 2016

Para entidades de ensino, Fies deve ser prioridade do novo governo.

As prioridades do novo governo na área da educação, a curto prazo, devem ser o Fies e a regulação no ensino superior, defendem entidades do setor. "No setor de educação, o grande diferencial é a volta de investimento em financiamento aos estudantes do ensino superior. As restrições no Fies e o corte do Pronatec causaram uma grande evasão", destacou Janguiê Diniz, presidente da Abmes, associação das mantenedoras de ensino superior.

"O governo precisa informar qual o real orçamento do Fies. Mesmo que seja pouco, é preciso saber de antemão para ter planejamento para investir", complementou Paulo Cardim, presidente do Fórum que representa entidades do ensino superior. 

Cardim critica ainda o modelo de regulação no ensino superior privado que tem três etapas: avaliação, regulação e fiscalização. No entanto, o governo leva anos para aprovar um curso e abertura de unidades ou polos. Além disso, a avaliação dos cursos tem como base a média da nota dos alunos no Enade, exame feito pelos alunos do último ano. Essa nota não impacta o currículo escolar do aluno, o que não gera comprometimento por parte do estudante. "Hoje, só temos a regulação e a fiscalização", disse Cardim. 

Questionado sobre a possibilidade de que o novo ministro da Educação seja o deputado federal Mendonça Filho (DEM­PE), Cardim destacou que a ocupação do cargo por um político sem conhecimento no setor não é exatamente um problema e que no atual momento é importante ele se cercar de bons técnicos, que conheçam a área. "Já tivemos casos em que o ministro era ligado à educação e nem por isso o setor foi menos prejudicado. O mais importante é a composição da equipe técnica do novo mistro. Só com isso é possível fazer uma avaliação", disse Cardim. 

Segundo Janguiê, Michel Temer é um articulador e espera­se que busque nomes fortes para compor os ministérios e, principalmente, para garantir uma fluidez de processos. Janguiê considera positiva a redução no número de pastas. 

O presidente do Fórum criticou duramente as atenções dos governos em educação nos últimos anos. "O governo precisa priorizar de fato a educação. É preciso ações efetivas porque há várias leis como o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Lei do Sinaes [legislação que regulamenta as avaliações no ensino superior] que só existem no papel", disse Cardim.

Fonte: Valor Econômico

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